QUAL A MANEIRA CERTA DE VOAR?
Ou… a intolerância ao “fazer diferente”…
por Valdecy Carneiro
É interessante a maneira como algumas pessoas reagem a outras pessoas que não compartilham de suas opiniões. Ou ainda, não compartilham de sua visão e “modo ou maneira correta” de fazer…
Será que temos mesmo a última resposta?
Como?!
Se a última pergunta ainda não foi feita…
Felizmente, o ser humano não é um projeto acabado, com manual de instruções.
Felizmente podemos nos surpreender a todo o tempo, exatamente no momento que mais acreditamos sermos senhores da razão, altiloquentes e totipotentes.
Qual é a maneira certa de voar, mesmo?
Fico refletindo, por aqui, quantas vezes em minha vida acreditei que já sabia tudo ou o suficiente sobre algo, a ponto de dizer que estava certo e, obviamente, os outros estariam errados… e depois descobri que o errado era eu… ou ninguém estava errado.
Tempos atrás, em um atendimento que realizava, o paciente/cliente me relatava sua indignação em relação à maneira que sua companheira agia, pois, segundo ele, as atitudes dela estavam erradas.
Foi nesse momento que fiz a ele a pergunta, título de nosso artigo: “Qual é a maneira certa de voar?”
“É a maneira da águia…
É do jeito do beija-flor…
É da forma como a barata voa…
É da maneira do tico-tico, do pardal, do bem-te-vi…
Ou o jeito certo é o do besouro, da borboleta?”
Ele parou, pensou, refletiu um pouco consigo e me respondeu:
“Não tem jeito certo, Valdecy…”
Olhei para ele e disse: “pois é… não tem jeito certo mesmo… o jeito certo de voar é como a gente consegue voar, não é mesmo?”
Ele pensou mais um pouco…
Ás vezes se torna doloroso ou pesado para nós admitirmos que o jeito diferente de fazer é só isso: um jeito diferente de fazer.
E mais dolorosa, ainda, pode ser a falta de congruência ao procurar ensinar algo que não se aprendeu. Ou que não se tenha vontade e disposição de aprender…
E fico pensando em Sócrates, aquele filósofo que ousou (constatar) dizer que só sabia que nada sabia… e o condenaram por isso…
E, voltando a um artigo anterior que escrevi – “Intolerância Aos Saberes Diferentes” – relembro que precisamos – ou, pelo menos eu preciso – exercitar as pequenas lições para subir os degraus da Tolerância, do Respeito e da Aceitação… nesta ordem… assim… não tão fácil, é bem verdade.
E, além da metáfora já utilizada, repenso qual é o caminho certo para chegar a outro lugar qualquer…
E, sempre, salta-me nos pensamentos, a ideia de que não há caminho certo, mesmo ou ainda que no momento ele se delineie como o único.
Como assim? Então, o único caminho não é o certo?
Pode não ser…
Sempre houve e sempre haverá desbravadores.
E quando não existe um caminho, o desbravador abrirá um.
E quando existe só um caminho, o desbravador pode querer ter uma opção.
E, ainda, talvez, quando dois caminhos já estiverem prontos, pode surgir outro desbravador, de outra direção – quem sabe – e criar ou desenhar uma estrada mais ampla…
Luz na Mente, Paz no Coração e Firmeza nas Atitudes!
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